A participação nas três últimas Assembléias da APAL (Associação Psiquiátrica da América Latina), duas das quais como representante da Diretoria da ABP, e contatos devido a proximidade do meu Estado com os países vizinhos do Conesul, com colegas desta região em eventos variados de nossa área, fizeram com que eu fosse convidado por esta chapa para exercer na próxima gestão da ABP a função de contato oficial de nossa Entidade com as associações psiquiátricas da América Latina. Este convite muito me honrou e ao mesmo tempo encheu-me de preocupações. Mesmo com muito esforço de colegas para aumentar este contato ele ainda não está sendo muito produtivo. Vi no último Congresso da APAL na República Dominicana em novembro de 2006 que na grade científica, onde mais de meia centena de trabalhos de todos os países da América Latina estavam registrados, não havia ninguém do Brasil. Este fato chamou-me a atenção, pois, no passado, tivemos certa liderança (dois psiquiatras brasileiros foram presidentes da APAL) e havia maior troca de informações com os colegas de países vizinhos. Em contrapartida, atualmente, não podemos esquecer, que cresce nossa participação e representatividade na WPA e outras organizações psiquiátricas mundiais. Lembro aqui do PEC-ABP em espanhol e da relação com nossos irmãos portugueses tanto de Portugal quanto de além Tejo, na África, através da ASMELP. Nestes exemplos vemos que temos avançado bastante.
A preocupação a que me refiro é na existência de um grande espaço a ser conquistado pela ABP na América Latina, não obrigatoriamente de liderança e sim de trabalho em conjunto nas diversas áreas da psiquiatria. Aliás, parece que este não é apenas um problema da ABP, mas, também, de todas entidades psiquiátricas da região.
Portanto, teríamos as seguintes propostas para um grupo menor de associações, por ser mais fácil para começar alguma vinculação de trabalho mais produtivo: Para iniciar, estimular a criação de um Fórum de debates de representação psiquiátrica das associações incluídas na APAL, apenas dos países ao sul da América do Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Este fórum com data e local predeterminados, deverá ter uma pauta de discussão antecipadamente construída. Deverá conter na pauta a discussão dos diagnósticos dos distanciamentos entre estas associações irmãs, levantamento de problemas psiquiátricos da região em relação a ensino, assistência, saúde mental pública, pesquisas:
1) A ABP deverá tomar a iniciativa de entrar em contato com estas associações solicitando apoio e participação na organização deste Fórum.
2) Solicitar o apoio da Diretoria da APAL e da WPA.
3) Este Fórum poderá ocorrer dentro de um Congresso Psiquiátrico da região ou não.
4) Ele não deverá formar outra entidade e sim colaborar para uma melhor troca de informações.
5) Se o Fórum tiver algum sucesso, podemos partir para ampliar o contato com os demais países da América Latina.
Este seria um esforço primeiro para tomar conhecimento dos problemas psiquiátricos da região e maior aproximação entre seus componentes.
Miguel Abib Adad
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